Resumo

A pandemia do COVID-19 exacerbou adversidades socioeconômicas importantes, especialmente no Brasil, país com altos índices de desemprego, pobreza e miséria. Sobretudo, os impactos mais severos da coronacrise são observados no setor de saúde e no mercado de trabalho brasileiro. Sendo assim, o presente estudo utiliza-se do Método Alkire Foster, com a seleção de quatro dimensões e doze indicadores, para realizar a mensuração de um índice de pobreza multidimensional para o país no período da pandemia. Para tanto, foram manipulados dados estatísticos disponíveis na plataforma da PNAD COVID19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2021). Os resultados indicam que o índice de pobreza multidimensional, em média, é de 23% no período analisado (maio 2020 a dez 2020); e que três indicadores: a) acesso a plano de saúde; b) contribuição ao INSS; e c) escolaridade da população foram os que mais geram privações no conjunto da população brasileira. Adverte-se que se trata de resultados preliminares, uma vez que maior robustez nos indicadores depende de incursões analíticas a partir de informações quantitativas de maior temporalidade, por enquanto impossibilitadas por se tratar de uma mudança de inserção recente no contexto social.

The COVID-19 pandemic exacerbated important socioeconomic adversities, especially in Brazil, a country with high rates of unemployment, poverty and misery. Above all, the most severe impacts of coronacrisis are observed in the health sector and in the Brazilian labor market. Therefore, this study uses the Alkire Foster Method, with the selection of four dimensions and twelve indicators, to measure a multidimensional poverty index for the country during the pandemic period. For this purpose, statistical data available on the PNAD platform COVID19 of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE, 2021) were manipulated. The results indicate that the multidimensional poverty index, on average, is 23% in the analyzed period (May 2020 to Dec 2020); and that three indicators: a) access to health insurance; b) contribution to the INSS; and c) the population's educational level were the ones that generated the most deprivation in the Brazilian population as a whole. It should be noted that these are preliminary results, since greater robustness in the indicators depends on analytical incursions based on quantitative information of greater temporality, which for the time being is impossible because it is a recent insertion change in the social context.