Resumo

Todos os processos desde a produção, estocagem e pavimentação envelhecem o CAP, pois para o manejo dele é necessário que ele esteja em seu estado semi-líquido e para isso acontecer altas temperaturas precisam ser aplicadas. A temperatura atua volatizando uma parte dos hidrocarbonetos através do enfraquecimento das ligações químicas, fazendo com que o CAP perca massa. Ademais, em virtude da luz, temperatura e água fazem com que reações químicas oxidativas nunca cessem, endurecendo gradativamente o asfalto ao longo do tempo. Com isso, o estudo de modificadores alternativos para uso em ligantes asfálticos que levem à produção de asfaltos melhores e mais eficientes ecologicamente é uma tendência mundial e em início de estudos no Brasil. Neste contexto, diferentes modificadores vêm sendo testados em substituição aos antioxidantes químicos, principalmente devido à sua toxicidade e geração de resíduos tóxicos, além de emissões de compostos voláteis no meio ambiente. As videiras, são capazes de produzir, além de vitaminas antioxidantes, polifenóis. As sementes e a pele da uva são as partes da planta que concentram a maior fração deles. Estes polifenóis por sua vez protegem a planta das espécies reativas de oxigênio, devido a sua abundância de elétrons, conseguem transferi-los, de modo a minimizar o ataque abrasivo destas espécies. Impulsionado por estes cenários, este trabalho avaliou a eficiência da adição de 10% destes resíduos como aditivo ao CAP, constatando, através da análises de microscopia eletrônica de varredura, além de ensaios químicos, físicos e reológicos, que o CAP resistiu aos intempéries dos ensaios devido ao aumento da elasticidade do ligante aditivado com o bagaço de uva em comparação às amostras da Petrobrás. O aumento nas propriedades físico-químicas pode ser atribuído à grande concentração de óleos contido nas sementes que por ação mecânica, proveniente do preparo ligante ou pelo cisalhamento os quais podem facilitar a liberação dessas substâncias.

Asphalt petroleum cement (CAP) is one of the main by-products of petroleum. The CAP ages and, depending on the conditions, this process can be fast, weakening the road network. In this context, different modifiers have been tested in substitution to chemical antioxidants, mainly due to their toxicity and toxic waste generation, in addition to emissions of volatile compounds in the environment. The aim of this work was to evaluate the efficiency of the antioxidant properties of the winery by-products that were generated throughout the wine production process for inhibiting the aging of CAP. This research proposes the use of pressing (pomaces) and fermentation residues (wine lees) of grapes as an asphalt cement additive. The Pinot Noir variety was able to add oily characteristics to the asphalt cement after adding pomace (10%) as by-products from the wine production. The CAP was less susceptible to chemical and physical aging compared to the samples supplied by Petrobras when added of 10% pomace compared to a virgin asphalt and a CAP added of 5% wine lees. The physical and chemical parameters did not show great differences in the composition and physical behavior of the ligands when compared to the virgin CAP. So, it demonstrated that both the pomaces and wine lees exert relevant rheological modifications, but without chemically/physically mischaracterizing the asphalt cement. The CAP added of pomace by-product showed more properties that remained after aging by RTFOT method, unlike the CAP added of wine lees that remained more rigid in both scenarios. Thus, the increase of elasticity of the CAP added of pomace 10% can be attributed to the great concentration of oils contained in the seeds.