A proposta teórica que se apresenta junta a ética com a sustentabilidade, pois parte-se do pressuposto de que não há sustentabilidade sem a presença da ética, ou necessariamente o ser ético é um ser sustentável. Decorre desta corroboração dos conceitos o termo Sustentética, que por sua vez tem seus preceitos epistemológicos na Teoria da Complexidade, conforme discorrido ao longo deste ensaio. Para este autor, a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. O caráter científico da disciplina ética é destacado. A ciência ética “parte de certo tipo de fatos visando descobrir-lhes os princípios gerais” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 2002). Embora parta de dados empíricos, isto é, de um comportamento moral efetivo, não pode permanecer no nível de uma simples descrição. O autor é categórico: “Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 2002). Reconhece que tal abordagem ainda está muito longe de ser satisfatória e que “das dificuldades para alcançá-la ainda continuam se beneficiando as éticas especulativas tradicionais e as atuais de inspiração positivista” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 2002). A Matriz Sustentética propõe-se a servir como balizador para controle de pessoas e organizações sobre sua atuação quanto ao protagonismo do ser humano. Diversos construtos importantes nos diversos estudos da ética e da sustentabilidade serão os critérios para que cada um possa se autoavaliar, e a partir do diagnóstico propor-se a alterações nas decisões e execuções de ações.A Matriz Sustentética é uma matriz de dupla entrada, cruzando critérios dos dois construtos, e desta forma posicionando o avaliado em um dos quatro quadrantes, conforme figura.