Resumo

Açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart.) é uma espécie arbórea de grande importância para a flora brasileira, porém sua frequência em florestas naturais tem sido prejudicada devido à germinação lenta e irregular das sementes além de poucas informações sobre sua viabilidade. Assim, a propagação in vitro surge como uma técnica promissora por proporcionar condições ideais de propagação da espécie, as quais podem ser melhoradas com o uso de metabólitos secundários oriundos de plantas medicinais como a oliveira, por exemplo, que têm sido estudada pela riqueza em moléculas bioativas presentes no extrato foliar, com atividades biológicas já comprovadas. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do extrato etanólico de folhas de oliveira na germinação e controle da contaminação de sementes de açoita-cavalo no ambiente in vitro. As sementes foram inoculadas em meio MS suplementado com extrato etanólico de folhas de oliveira diluído em diferentes concentrações, constituindo sete tratamentos (zero, 0,25, 0,5, 0,75, 1, 1,5 e 2 mg L-1) com 10 repetições cada. Após 30 dias avaliou-se a ocorrência de contaminação e a porcentagem de germinação das sementes. Os dados foram submetidos à ANOVA e regressão linear (p< 0,05) e para os dados não paramétricos aplicou-se o teste de Kruskal Wallis (p< 0,05). Houve diferença significativa (p< 0,05) apenas para a variável porcentagem de germinação, onde a concentração de 2 mg L-1 (T7) obteve o pior resultado (10%) diferindo significativamente dos demais tratamentos cujos valores variaram de 42,5 (T5) a 57,5% (T2) de germinação. As concentrações testadas não foram promissoras no controle da contaminação in vitro. Concentrações acima de 1,5 mg L-1 não são indicadas para a germinação de sementes de açoita-cavalo in vitro por desencadear possíveis efeitos tóxicos.

Açoita-cavalo (Luehea divaricata) is a tree species of great importance to the Brazilian flora, but its frequency in natural forests has been impaired due to the slow and irregular germination of seeds and little information on its viability. Thus, in vitro propagation appears as a promising technique because it provides ideal conditions for propagation of the species, which can be improved with the use of secondary metabolites from medicinal plants such as olive trees that have been studied for the richness of bioactive molecules present in the extract leaf activity, with proven biological activities. In this context, the objective of this study was to evaluate the effect of ethanolic extract of olive leaves on the germination and control of açoita-cavalo seeds contamination in vitro. The seeds were inoculated in MS medium supplemented with ethanolic extract of olive leaves diluted in different concentrations, constituting seven treatments (zero, 0,25, 0,5, 0,75, 1, 1,5 and 2 mg L-1) with 10 repetitions each. After 30 days, contamination occurrence and seed germination percentage were evaluated. Data were submitted to ANOVA and linear regression (p<0,05) and for nonparametric data the Kruskal Wallis test (p<0,05) was applied. There was significant difference (p<0,05) only for the variable germination percentage, where the concentration of 2 mg L-1 (T7) obtained the worst result (10%) differing significantly from the other treatments whose values ranged from 42,5 (T5) at 57,5% (T2) of germination. The concentrations tested were not promising in controlling in vitro contamination. Concentrations above 1,5 mg L-1 are not indicated for germination of açoita-cavalo seeds in vitro as they trigger possible toxic effects.