No cenário universitário do ano de 2022, considerado pós pandemia, os docentes e discentes estão expostos à uma nova readaptação, agora do ERE para às aulas presenciais, que vem gerando inúmeras inseguranças. Pois, mesmo com a liberação completa do retorno ao ensino presencial, ainda permanecem lacunas a serem respondidas, quanto a readaptação dos estudantes ao modelo tradicional de ensino e, sobretudo, em relação as dificuldades no estabelecimento de estratégias de aprendizagem para esse retorno às salas de aula.
Indica-se averiguar como está a motivação dos discentes nessa readaptação no pós pandemia (TEODORESCU; AIVAZ; AMALFI, 2022), bem como diversificar a amostra de estudantes, investigando em outras IES e regiões a relação da motivação, qualidade de vida e estratégias de autorregulação (SILVA; VILELA, 2022), afinal, uma nova visão de ensino é exigida com este retorno, que conforme Paula (2022), nada será como antes. Ante o exposto, esta pesquisa tem como objetivo analisar as percepções, motivação e autorregulação dos discentes de ciências contábeis em relação ao retorno das aulas presenciais.
Vitor, Mendes e Lopes (2020) evidenciam as dificuldades em alinhar as tecnologias utilizadas no período remoto com a aprendizagem, sendo asso, faz-se necessária uma nova visão sobre a forma tradicional de ensino (VITOR; MENDES; LOPES, 2020), bem como a adaptação de meios pedagógicos nesse novo modelo de aprendizagem (PAULA, 2022). O uso de estratégias autorreguladas podem contribuir com o ensino e aprendizagem dos discentes, ainda, diversos estudos apontam que a motivação está ligada com a autorregulação, como em Mega (2014) e Silva e Vilela (2022).
O estudo é classificado como uma pesquisa aplicada, quantitativa e descritiva, utilizando um questionário para a coleta de dados. A população do estudo compreende estudantes do curso de Ciências Contábeis de uma IES privada do estado do Paraná. A aplicação ocorreu entre outubro e novembro de 2022. Obteve-se 105 respostas válidas. A análise se deu por meio estatística descritiva e correlações.
Os resultados destacam que os acadêmicos estão mais motivados em relação ao ensino remoto, todavia, faz-se necessário a retomada de conteúdos ministrados a distância e a criação de estratégias de ensino-aprendizagem, pelas IES, para auxiliar nesse retorno. Por fim, não foi constatada muitas diferenças entre as estratégias autorreguladas adotadas no retorno presencial em relação ao ensino remoto, entretanto, a motivação pode ser um fator chave nesse contexto, em vista que ela e a adoção de estratégias de aprendizagem se mostraram correlacionadas positivamente.
Nesse período de readaptação com retorno do ensino presencial, trouxe consigo o desafio de replanejar o ensino. Conforme Cordeiro (2020), houve o desafio em meio ao isolamento do docente reaprender a ensinar e o discente reaprender a aprender. Com esses resultados de pesquisa é possível depreender que os discentes em Ciências Contábeis têm os mesmos sentimentos e dificuldades enfrentados durante o período das aulas não presenciais, fato este que podem ser amenizados com o ensino continuado e com o uso de ferramentas tecnológicas de aprendizagem e a autorregulação na aprendizagem.
CORDEIRO, K. M. de A. O Impacto da Pandemia na Educação: A Utilização da Tecnologia como Ferramenta de Ensino. 2020.
PAULA, L. H. O impacto do retorno às aulas em docentes, alunos e famílias durante o período de pandemia. Revista Contemporânea, v. 2, n. 1, p. 314-330, 2022.
SILVA, B. N.; VILELA, N. G. S. Self-regulation, motivation and quality of life of Accounting students in remote education. RBC&G, v. 11, n. 21, p. 21-37, 2022.
VITOR, A. C. G et al. Análise das principais dificuldades enfrentadas pelos professores quanto ao ensino de ciências da natureza em meio a pandemia da Covid-19. [s.l