Resumo

As novas alternativas de atendimento à população, pelo viés da tecnologia digital, propiciam novas formas de cumprir o papel do Estado. O conhecimento viabilizado pelas inovações tecnológicas necessita ser incluído no planejamento da administração pública no Brasil, no sentido de oferecer informação à população e capacitação aos servidores públicos para lidar com as inovações emergentes. A prática possibilita qualificar os serviços públicos prestados e configura-se como estratégica para uma gestão da inovação com qualidade. Além disso, as inovações tecnológicas viabilizam a sustentabilidade.

Sobre o conhecimento gradual em torno das inovações tecnológicas e as estratégias de atendimento ao público viabilizadas pelas novas tecnologias, reside um problema de ordem atual: a falta de oferta de formação para aprendizagem de conhecimentos e domínio sobre inovações tecnológicas nos órgãos públicos brasileiros. O objetivo geral deste trabalho é indicar se existe nas instituições públicas, capacitação dos servidores voltada para as inovações tecnológicas, a fim de promover a atualização dos funcionários e oferecer à sociedade serviços públicos de qualidade.

A sociedade que não toma conhecimento sobre os direitos que lhes estão sendo negados pela ineficiência dos órgãos públicos, dificilmente poderão reclamar mudanças nesse sentido. Jambeiro et. al. (2009) tratam dessa disfunção dos órgãos públicos, além de alertar sobre o agravante de se ter uma sociedade que desconhece a informação, bem como a formação, que lhe está sendo negada. Coelho (2004) denuncia esse déficit na gerência do conhecimento dos recursos humanos nos órgãos públicos e a ausência dessa prática, enquanto cultura, pela própria sociedade.

A pesquisa foi realizada em 52 (cinquenta e duas) repartições de 30 (trinta) órgãos públicos, dentre federais, estaduais e municipais, na cidade de Guajará-Mirim, localidade amazônica com 39.387 (trinta e nove mil, trezentos e oitenta e sete) habitantes, situada no estado de Rondônia, região Norte do país (IBGE, 2023). O estudo foi dividido em 3 (três) momentos distintos: a) elaboração de um quadro-registro de informações sobre a pesquisa; b) aplicação de um questionário de coleta para preencher o quadro-registro; c) construção de gráficos representativos dos resultados obtidos.

Um dado preocupante foi o levantamento de 69,23% dos servidores que alegaram ter recebido capacitação, mas, somente quando a inovação era implantada, o que permite o acesso a um conhecimento limitado sobre todos os recursos oferecidos pelo elemento inovador. O dado foi uníssono, podendo indicar uma grande insatisfação da categoria dos servidores, vez que, curiosamente isso não foi perguntado pela pesquisa, tendo sido registrado pelos respondentes no campo livre, destinado a registros e comentários por livre iniciativa dos servidores.

As inovações tecnológicas contribuem não só com a oferta de serviços públicos de maior qualidade, como permitem a economia de recursos financeiros e recursos naturais do meio ambiente. A substituição de instrumentos funcionais de trabalho, confeccionados a partir de matérias primas, oriundas do meio ambiente natural, vão sendo cada vez mais, substituídos por recursos virtuais, comuns aos meios digitais. Isso é um avanço significativo para a preservação dos recursos do planeta, além de serem importantes elementos dinamizadores da motivação no ambiente de trabalho.

FUCK, Marcos Paulo; VILHA, Anapatrícia Morales. Inovação tecnológica: da definição à ação. Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades, [S. l.], [s. n.], ano 2011, n. 9, Dossiê Dilemas Sociais., nov. 2011/abr. 2012. GRIZENDI; Eduardo. Manual de orientações gerais sobre inovação. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2011. Trabalho patrocinado pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no âmbito do Projeto Nº BRA/07/017. TECIANO, Livia de Carvalho Gutierrez. Inovação em serviços públicos: o caso Poupatempo. Dissertação de Mestrado. São Carlos: UFSCar, 2014.